quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Acorda, amor

Acordo cedo por falta de sono

Pela falta de sonhos

Pelo ócio do subconsciente

Sem ter ao mínimo imaginado o que jamais aconteceria


Acordo cedo sem perder a hora

Sem deixar ninguém esperando

Nem o ônibus, nem o trem

Só a casa, ansiosa pelo dono pródigo


Acordo cedo sem a mínima vontade

Aliás, uma única vontade

Mandar tudo pelos ares

Por tão preciosas horas sob as cobertas


Acordo cedo pra desligar o despertador

Tomar banho dormindo

Trabalhar dormindo

E acordar às cinco e meia da tarde


Acordo tarde às vezes

Mas essas são raras


Acordo cedo porque meu filho chora

Dar leite, ninar

Cantar até ele pegar no sono

E eu tomar cuidado pra ele não acordar


Acordo cedo pra ir ver meu amor

Do outro lado da cidade

A viagem leva quarenta minutos

Mas a ansiedade faz durar uma hora e meia


Acordo cedo porque não tenho mais o que fazer

Vou ao jardim regar as plantas

Sentir o cheiro do orvalho

E talvez depois, por não ter nada mais pra fazer

Volte a dormir

5 Comentários:

Blogger Unknown disse...

eeeeeeee laiáaaaaaaaa

essa vida de pai de família trabalhador não eh fácil neh??!!

hahuaua

Texto inconstante, intenso.

bjuxx

27 de fevereiro de 2008 às 12:33  
Blogger Bruno disse...

Acordo cedo para ler os textos sensacionais aqui publicados!
Não vou me cansar de parabeniza-los pelo blog!

27 de fevereiro de 2008 às 15:26  
Anonymous Anônimo disse...

Putz... bem que a Erikinhacomk disse que esse texto é a minha cara...e não é que é mesmo!!! ahaha...

Fuiz

«®@FæL»

27 de fevereiro de 2008 às 16:27  
Blogger Erika Sodré disse...

*não temos limites...nem o sono...nem a falta de tempo nos faz parar...volto a dormir...pra pensar...me perder...e achar...

*orgulho do Contra o Cais...sempre...

27 de fevereiro de 2008 às 17:26  
Blogger Thiago Almeida disse...

Cara, você amarrou muito bem este texto, impressionante!

Ele é dois textos em um. Dá pra ler iniciando pelo fim e também em seu sentido normal.

Soa como música!

Abração, meu irmão!

=D

7 de março de 2008 às 08:07  

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