quarta-feira, 26 de março de 2008

O Corpo Meu

Meu corpo quer mais alma

O irreal

O que não pode ser dito

Um sinal

Uma porta pro infinito.

Meu corpo quer o mar

O céu

O êxtase da viagem que não tira do lugar

O gole de uma bebida qualquer

Quer voar.

Meu corpo quer arriscar

Inverter o tempo

Ver a menina que eu fui

Na menina que eu vou gerar

O medo.

Meu corpo quer um corpo

Feito de graves e agudos

Tua voz

Um violão

O som dos amores profundos.

Meu corpo quer o teu

Sempre em busca de mais

Suando junto com o meu

Quer tua força

E tua paz.

Meu corpo quer ter mais calma

Respirar

Voltar pra casa

Habita o teu o corpo meu

E só com você terá mais alma.

terça-feira, 11 de março de 2008

Elas

Estão o tempo todo em qualquer todo. No choro dos bebês, na esmola dos mendigos. Nas chantagens e negociações pífias dos cafetões. Nas mentiras da traição, nas juras dos ladrões, na conquista dos amantes.

Rodeiam as mentes pessimistas e depressivos. Ao mesmo tempo são juras da convicção e da fé nas orações daqueles que consideram-se religiosos. Nelas o escritor encontra a necessidade e criar, enquanto o poeta busca todo o seu íntimo, levando ao mundo fora de si, todo o sentimentalismo bruto transformado em suavidade.

Passam pelas cantigas das crianças, atravessam gerações, chegam à experiência dos mais velhos e terminam nas últimas de um moribundo qualquer.

Na piada do palhaço, no barulho do caos urbano, em uma rua movimentada, nas mãos do mudo ou na razão daqueles que consideram-se seus donos. Lá estão elas.

Elas, que às vezes erradas, às vezes omissas, porém o tempo todo presentes, nos fazem lembrar tudo que um instante de sua ausência pode significar. Ou, quem sabe, quando elas são muitas.

Elas, que às vezes errantes, tornam-se por instantes a nossa maior preciosidade. Um momento perdido, uma chance desperdiçada, a investida matadora ou a falta. Falta de coragem. E delas. Palavras.

quinta-feira, 6 de março de 2008

MULHER...

Infinita manhã

Loucura da alma

Fonte de vida

Fêmea linda e pura

Menina pequena

Mulher madura.


Ser intraduzível

De amor desmedido

Teus sentimentos são poesias

Tuas canções dão luz aos dias.


Repouse quieta

Flor delicada

Nenhum pecado cometeu

Esconde seus medos

E seus anseios

Na graça indizível dos passos teus.


Anjo tão doce

Voa leve como a tarde de calor

No teu colo

Em silêncio

O vento sopra a cantiga do amor.


Nos teus braços

Teus abraços

No calmo peito teu

Seu olhar invade tudo

Minha alma

Meus desejos

Lado esquerdo do peito meu.