quinta-feira, 15 de maio de 2008

O fim dos dias


Fica aí parado me olhando

Cheguei a sentir inveja da tua calma

Talvez eu tenha sido indelicada...

Quando é que vai gritar?

Desço pela escada

Eu só quero ir ao cinema

Saio na rua

O diabo tomou conta de tudo

O bairro só tem prédios

Não vejo mais o céu azul

Sento pra respirar

Tentar lembrar se já fui criança

Tenho ódio do sono

Das loucuras brutais

Quartos

Camas

Empregos

Hospitais

Dias e noites de pura monotonia

Sem sentido nenhum

Sem chance alguma

Dirijo um laboratório de poesias

Versos com rima, tão fora de uso...

Meus poemas parecem leituras de primavera

Ouço as risadas do pessoal às minhas costas

A juventude anda tão má

Preciso de comprimidos

Orações

Sexo

Sorte

E salvação

Vou por fogo na cidade

Amanhã começa a revolução